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Tipo de Imóvel
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Dormitórios
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  • Slow Home: um lar bem construído é aquele que, acima de tudo, tem alma.

    • Publicado em: 27 fevereiro, 2025

    O ritmo acelerado da vida moderna fez com que, por muito tempo, a casa fosse vista apenas como um lugar de passagem — um espaço funcional, mas muitas vezes impessoal. O conceito de Slow Home surge como um contraponto a essa lógica, propondo uma nova relação com o lar: uma arquitetura que não apenas abriga, mas acolhe; um design que não segue tendências efêmeras, mas que responde às reais necessidades dos moradores.

    Mais do que uma estética minimalista, o Slow Home é uma filosofia. Ele parte do princípio de que cada elemento da casa deve ter um propósito e contribuir para o bem-estar. Os ambientes são projetados para favorecer a fluidez, a conexão e a presença — seja por meio da valorização da luz natural, do uso de materiais que trazem conforto tátil ou da escolha de móveis e objetos que tenham história e significado.

    O conceito de wellness na arquitetura e edificações tem mostrado, com embasamento científico, que os espaços que habitamos influenciam diretamente nossa qualidade de vida. Casas que favorecem a ventilação natural melhoram a saúde respiratória, a presença de elementos orgânicos e texturas naturais reduz o estresse, e a disposição inteligente dos cômodos pode impactar até a qualidade do sono. Quando projetamos um espaço para atender não apenas às demandas práticas, mas também às emocionais, ele se torna um verdadeiro refúgio, onde o tempo desacelera e a vida encontra mais equilíbrio.

    Adotar o conceito de Slow Home não exige mudanças radicais, mas um novo olhar sobre o lar — e, ainda mais, sobre si mesmo. Reconhecer suas reais necessidades, seu gosto e seu estilo de vida é um exercício que vai além da estética e se torna um processo de autoconhecimento. No correr da vida, muitas vezes esquecemos de nos questionar e perdemos a conexão com o que verdadeiramente nos representa.

    Uma mesa que pertenceu à sua mãe, um tapete herdado da avó, um livro que marcou sua infância ou aquele que você está lendo agora. A flor seca que um dia lhe foi presenteada por um grande amor, um objeto religioso ou algo que te inspire, a obra de arte de um amigo ou conhecido, um objeto trazido de alguma viagem. A garrafa da bebida que você aprecia e degusta diariamente sobre um aparador. Uma manta que você gosta de usar para se cobrir ao assistir um filme, solta no sofá. Um par de chinelos no closet, na entrada da casa ou ao lado do banheiro.

    Esses objetos, que não são especificamente decorativos, podem até soar como uma “bagunça”, mas é uma bagunça organizada e repleta de significado. Um objeto que antes parecia despretensioso, mas que, ao ganhar um espaço na casa, carrega junto uma história, uma lembrança, um afeto. Algo que é belo, mas que, além da forma, também carrega significado. A beleza de um ambiente não está apenas na estética, mas no que ele desperta em você. E é esse sentimento — essa memória silenciosa, esse aconchego invisível — que realmente transforma uma casa em lar.

    Os projetos que selecionei para ilustrar este conceito são do Sig Bergamin e do Murilo Lomas. Suas criações são exemplos de elegância e bom gosto, repletas de personalidade e carregadas de significado. São espaços que contam histórias, respeitam a identidade de quem os habita e revelam que um lar bem construído é aquele que, acima de tudo, tem alma.

    O lar ideal não é construído com pressa — daí vem o slow —, mas com introspecção, vivência e o refinamento da percepção que você tem sobre si e sobre o espaço. Seu espaço, corpo afora, refletindo o infinito espaço corpo adentro. Permita-se perceber-se, conectar-se consigo para que, na escolha do seu próximo lar ou na transformação do que já habita, não lhe faltem inspirações e transpirações sempre repletas de elegância, propósito e significado.

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